abril 19, 2007

Amazing London

Pois é, não é só ali a companheira Rita que se faz à Europa de vez em quando. Desta vez fui eu. E fui parar a Londres, o monstro.
'Monstro' mesmo só pelo tamanho, compreendam, porque não cheguei sequer a ver-lhe o rabo. E olhem que andei, andei, andei (ou melhor, andamos, andamos, andamos, não vá a minha mãe, e companheira de viagem, sentir-se negligenciada neste crónica) e devo ter visto apenas uma ínfima parte da cidade. Já tinha estado em S. Paulo, que é grande p'ra dedeu, mas ao contrário de Londres, vi tudo o que de bom havia para ver (o que não é difícil...mas não se ofendam!, vejam o lado bom da coisa: houve menos probabilidade de levar um tiro estando em casa).
Em Londres parece ter naufragado uma arca de Noé qualquer, pois há de tudo e mais alguma coisa. Nenhuma raça foi esquecida: paquistaneses, indianos, vietnamitas, brasileiros, chineses, japoneses, angolanos, portugueses, russos, e mais uns quantos géneros que eu nem sabia que existiam
- "Mãaae, o que é aquilo???!"
- "Acho que é uma pessoa, filha"
E vai lá tudo parar porque, faça-se justiça, o país reúne condições mais que excelentes para receber emigrantes. E é por isso que não entendo os nossos emigrantes, o que estão vocês a fazer em Portugal? Revejam a vossa bússola, é capaz de estar a indicar mal o Norte!
Mas é claro que continuo a voltar orgulhosa duma coisa, do nosso metropolitano! Não há cidade alguma da Europa ou fora, em que eu tenha estado, que tenha estações de metro tão bonitas, ora tomem lá!
Ok, não sou muitíssimo viajada, não vá já estar aí alguém a murmurar "olhem-me esta, pensa que é fina", mas do que já vi, acho o suficiente para dizer certas coisas. (eu já vos conheço, seus mandriões).
Mas gostei do sentido de organização londrina. Todos os bairros cintilam limpeza e disciplina. Tudo florido, tudo pintado de fresco, tudo rectilíneo, em sentido. E eu, a princípio, não entendia como, pois via tudo quanto era fedelho a atirar coisas para o chão ou a deixar embalagens nos cantos das ruas...mas reparei que, logo a seguir, aparecia um varredor que levava tudo. E então foi aí que percebi!, é como se cada habitante tivesse um 'Almeida' de serviço nas ruas (coisa de gente chique, muito à frente...). Tudo estrategicamente pensado, uma logística de alto nível! Mas, embora gostasse duma Lisboa mais limpa (sem dúvida, muito mais limpa!), ninguém me tira essa sinuosidade, os altos e baixos das colinas, as curvas e contra-curvas dos bairros... Lisboa é a cidade de planta mais medieval que conheço. E acho-lhe graça por isso. Houve alguém que disse as cidades fazem as pessoas: de Espanha saíram grandes guerreiros, austeros e determinados, e de Itália, os mais ternos e dedicados. Como as suas ruas, rectas e bicudas, e curvas e dengosas, respectivamente. No nosso caso devem ter saído os mais trapalhões, mas, de certo, com muita personalidade!
Continuando em Londres, também vi muito jovem agarrado à cerveja e, num dos dias, houve pancadaria em Manchester, por causas futebolísticas (já faz parte do cartão postal, na verdade).
Fui à Abadia de Westminster, onde passei por cima do túmulo de Darwin (não é todos os dias que se pisa uma celebridade) e espantei-me por este Senhor estar sob solo da Igreja. Passei ao lado do túmulo do Eduardo I, The King of Scots, e só me lembrava do Mel Gibson; e fiquei a saber que, para além de Handel, que também lá está, não conheço mais nenhuma das 3000 pessoas lá enterradas, ainda que ouvisse um grupo de Japoneses a fazer "Ahhhh", "Ohhh", a cada nome mencionado.
Posso agora aconselhar-vos que, se forem a Londres, nunca peçam informações, venham já munidos de mapas e guias turísticos, porque vão ser enganados na certa (não deve ser por mal, acredito...); que se quiserem fruta fresca e barata, têm de ir aos bairros mais ricos da cidade (irónico, han?); que não julguem que as distâncias são as mesmas que aqui, vale mesmo a pena entrar no metro para andar só duas estações, embora os bilhetes custem os olhos da cara (uns saudáveis); que o Big Ben é mesmo bonito, e que eles, sim, conduzem na outra mão...eu fechei os olhos quando o autocarro entrou numa rotunda pela esquerda...e vão ao cemitério de Earl's Court, que além de ser bonito, com túmulos com duzentos anos, têm uma atracção especial: esquilos, muuuitos esquilos! Que se quiserem fazer um cisne assado para o jantar, há-os aos molhos nos St James Parque (e trazer umas tulipas para a mamã); que o render dos cavalos da Guarda não tem piada nenhuma; que não tenham medo de levar boas máquinas fotográficas, porque toda a gente tem uma, e, mais uma vez, mapas, levam mapas, porque é possível perderem-se a 30 metros do Hotel (aconteceu).
Mas valeu a pena.

Ana Luelmo

3 Comments:

At 1:07 da tarde, Anonymous Anónimo said...

blablabla!
Isto é só para testar o envio de um comentário.

 
At 4:35 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ok! Vamos a isto.

Hi Ana




Deixa-me dar uma "achega" à tua "crónica" "Amazing London".

Just a note to say, it was for me, a great pleasure to visit London. I was deeply surprised at her transformation. Is a very elegant, modern and beautiful city.

É, desde o séc. XVIII, a maior cidade do mundo.É também, uma das mais caras. Não fosse o seu alto custo de vida, escolhia-a para passar o resto dos dias.
É muito grande em extensão porque praticamente não dispõe de prédios altos para habitação e porque se foi estendendo campo fora arrebanhando aldeias e sítios.É sobretudo, muito organizada e cívica. As pessoas, de uma maneira geral, respeitam as regras.
Look Left, Look right (esta indicação é para não sermos atropeladas nas ruas), certo? E nas estações do metropolitano vê-se com frequência, "keep left", raramente "keep right" (neste caso é pq a movimentação é normalmente feita pela esquerda, mas é também, uma forma de prevenir contra os atropelamentos das multidões que descem escadas e atravessam túneis). Sempre atentos, digam o que disserem!
Londres é uma cidade conservadora. Na boa acessão da palavra. Os autocarros vermelhinhos de dois andares, os taxis pretos de marca distinta (fora os que exibem publicidade e tornam-se multicores ou policromados)e alguns equipamentos urbanos como as cabines telefónias também vermelhas, os parques sempre verdes e repletos de milhões de flores, são símbolos que se perpectuam. Acho bem.
É uma cidade com grande ligação ao rio Tamisa. As suas margens e as suas pontes (dezenas) fervilham.
London underground, carinhosamente tratada por "The tube" foi a primeira estrutura do metropolitano a ser construída em 1863. Dispõe de 274 estações divididas em 12 linhas (várias cores) numa rede de 408 km. Com esta dimensão como poderíamos não nos perder? Perdemo-nos na monstruosa Victoria Station... andámos kms no "tubo", este sim, claustrofóbico, para fazer um "link" de uma estação para outra. Quantos kms? Lembras-te?
Mas, a cidade de Londres continua magestática e elegante. Gostei particularmente da mistura de estilos arqutectónicos - do Romano ao mais contemporâneo - muito bem conseguida. O seu(s)estilo (s) de vida também me seduz(em). Como suporta vários estilos de vida faz dela a cidade universal. A presença constante de um enorme número de visitantes de todo o mundo adiciona-lhe uma vibração muito boa.
A nossa chegada a Earls Court foi bastante sintomático dessa vibração. Perto do Hotel, no Earls Court Festival "esperavam-nos" milhares de jovens, polícias e cães.
Depois de tanto calcorrear e de finalmente avistarmos o Hotel!!!! O nosso Hotel estava à frente do nosso nariz! Mas claro que fomos impedidas de atravessar a rua que ladeava o pavilhão. Lá fomos nós a arrastar o boby (quero dizer...de mala às costas...passo a expressão)e dar uma grande volta para chegarmos ao nosso primeiro destino.
Nesse mesmo dia, à noite, jantámos num restaurante Indiano.
Gostei de visitar Westminster Abby e de saber que fizeram dessa Abadia a última morada de muitas celebridades. Para além de Darwin, como já referiste, todos os Tudor, os Stwarts e ainda Newton, Shakespear e....Turner? Não está lá? Ao todo são 3.000 sepulturas.
Fomos a Windsor.
XXXLarge Windsor Castle. É o maior castelo do mundo. Cabe nele a simpática aldeia mais o Tamisa que corre aos seus pés.

Will write more latter....

 
At 8:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

by vera *alfornelos city furios gansters*:

tenho de por anónimo pk so o trabalho de escrever o mail e password enfim...
adorei a tua descrição e axo piada ao facto de sobrepores os factos negativos aos positivos desta cidade.. é k é mesmo típico de ti (sempre mto crítica esta aninha!) por isso farto me de rir principalmente na parte do mel gibson x) so tu!

 

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