dezembro 04, 2005

Deliciosos estudos

Ao realizarmos um trabalho de investigação, para Cultura Visual, sobre a Faculdade de Belas Artes e seu passado como convento de S. Francisco, destacamos algumas passagens de livros e recortes que nos passaram pelas mãos e nos fizeram mijar a rir.
Ora leiam e aprendam!

"O Pavoroso incêndio de 1741

Corria o mês de Novembro, quando no dia 30 rebentou de madrugada o incêncido. O fogo, na sua indomável voracidade, irrompera com tanta violência, que em poucos segundos atingiu o meio do corredor da referida Enfermaria (agora vem a parte escabrosa).
Um religioso que se encontrava entregue ao curativo de um seu companheiro gravemente enfermo, precipitava.se para fora da enfermaria, quási sufocado pelo fumo, indaga espavorido qual a sua causa, dá pelo incêncido, corre à primeira cela que se lhe depara, avisa o Rev. P. M. pregador, Frei Luis da Trindade, que horrorisado se dirige para a porta, mas vendo-a impedida pelas chamas, ao mesmo tempo que a cela começava a arder, corre para uma janela, e atira-se para a rua, numa inaudita aflição, e tão grande foi o baque, que, batendo com o peito no chão, ficou a jorrar sangue pela boa, em golfadas sucessivas.
Imediatamente sangrando, ficou melhor, e passados três dias foi pregar.
O Rev. P. M. Frei Teodósio da Silva, acorda e pressentindo o perigo imediato, abandona a sua cela, transido de medo, e lança-se também para a rua por uma janela; torce um pé.
(...) Apesar de, toda a actividade e vigorosos esforços empregados, tudo foi insuficiente para debelar esta formidável tragédia
(perdão?formidável...tragédia???) em que os hábitos brancos dos Trinitários mesclados com os pardos dos Carmelitas, se agitavam num vaivém fantástico, como uma dança macabra, através dos rolos de espesso fumo, e do crepitar do fogo, devorando os madeiramentos.

Agora outro...

"(...) Quando Convento, nele viveu, entre outras, a Comendadeira D. Inês Pires, filha do Barbadão de Veiros" Bonito nome...sim senhora!!

Outro...

"(...) Permite-se-me um pequeno desvio (raios parta o autor que estava sempre a fazer desvios para fofocar a vida alheia).
(...)D. Tereza e D. Mafalda foram casadas. A 1ª casou em 1190, com Afonso IX de Leão, mas o matrimónio foi anuladao em 1195 em virtude de impedimento canónico de parentesco em grau defeso(...) HÃ? HEIN?
Ela, regressando a Portugal, recolheu ao Convento onde morreu Santamente(...) A segunda casou em 1215 (...) mas dentro em pouco ficou viuva sendo donzela, por o matrimónio não se ter consomado(...)
Entre as várias cláusulas do seu testamento, há uma, assaz interessante, que determina que se dê a cada Eclesiático, que assista ao sufragado aniversário da sua morte, o seguinte: um tostão em dinheiro, um prato pequeno de ovos reais, outro de tremoços, outro com uma queijada, um biscouto, uma talhada de pão leve, uma caixa pequena com marmelada, um prato de trutas, cinco pais de trigo com quatro pontas cada um, um savel e três canadas de vinho
" HAI DE QUE OS Pães NÃO TIVESSEM 4 PONTAS!
(e diziam-se eles, os Franciscanos, pobres e humildes por auto-determinação)

E cá vai outra pérola...

(...) D Felipa da Silva, mulher de D. Jorge de Almeida, que foi capitão-mor das naus da Índia, era filha bastarda de D. Álvaro da Costa, a quem chamavam "o Queimado", pelas cicatrizes que lhe desfiguravam o rosto, e que desconsolado com a sua fealdade, se fez padre, mas, embora feio e clérigo, foi pai de nada menos de 12 bastardos!
Quantos teria tido se fosse belo e não fosse frade.
Portanto...quem é feio...não pode...efectivamente... ter filhos! Só bastardos!!

E assim se passa uma noite inteira, pespegadas ao computador, e às milhares de folhas fotopiadas destes documentos antigos, maravilhosos!

Ludeiro