outubro 25, 2005

Faculdade de Belas Artes Olé!

Como alunas desta instituição, que é a Fac. de Belas Artes, mais tarde ou mais cedo, tínhamos de dizer qualquer coisinha a seu respeito.
Nós bem que tentámos fechar os olhos e afastar os dedos do teclado, mas foi mais forte que nós!! A sério que tentámos, visto que é também a nossa reputação que está aqui em jogo, mas, de qualquer das formas, ninguém nos conhece... somos ainda demasiado anónimas neste meio para correr riscos sérios.
Os alunos das Belas-Artes são bichinhos engraçados... se enfiassem numa sala 60 alunos de Faculdades distintas, entre eles, engenheiros, médicos, farmacêuticos, biólogos, mecânicos, matemáticos e os nossos artistas, saberiam distinguir o biólogo do farmacêutico? O matemático do mecânico? Claro que não! Mas saberiam sem dúvida apontar com o indicador, sem qualquer tipo de escrúpulo, o aluno das Belas-Artes.
E porquê?
Passemos a citar:
O aluno das Belas-Artes não usa indumentárias tradicionais, mas, por ex, uma saia por cima dumas calças, rapaz ou rapariga, que por sua vez estão por cima duns calções, que por sua vez estão por cima dum vestido, tudo em cores sui generis e bastante chamativas... isto quando não trazem vestido uma gravata a fazer de cinto, uma sandália de brinco ou uma fronha na cabeça.
Os cabelos, chamados "ponta-acima-ponta-abaixo", vão do amarelo ao fuschia, do verde ao azul-eléctrico. Ainda há aqueles com um cabelo tão desgrenhado que assim como acordam, assim saem... ( ah não sei quê... a anarquia é que é bom... eu sou livre, o cabelo é livre, o meu cabelo é a minha imagem... peace!)
Aqui somos todos muito amigos, o mundo é lindo, o sol é lindo, as estrelas e as pedras da calçada também. Olhar um Monet ou uma erva daninha pode ser uma experiência semelhante e enriquecedora, todas as coisas têm a sua beleza.
Enquanto os menininhos da Católica vão para as aulas de fato e gravata e vomitam leis e códigos, aqui gostamos é de filosofar, sabendo ou não do que realmente se está a falar. Mas fica sempre bem falar das pinceladas do Munch ou do Zé da Avó.
E a moca impera.
Os primeiros anos ainda são os bem comportados, aqueles que participam muito nas aulas, mesmo quado só atrapalham a explicação do professor com perguntas estúpidas numa tentativa de mostrar que são muito interessados (ñ há pachorra!)...mas qualquer dia já vão para o Auditório de cerveJOLA nas mãos, gozar duma boa sesta ali mesmo. POrque para criar não podemos influenciarmo-nos com babuzeiras de professores universitários (que ganham bem para cacete!), nem sorver nada do mundo exterior, temos de saber ddescobrir o mundo mais recondito dos nossos "eu's". Yah, boa desculpa...Eehehhe.
Seja como fôr, o ambiente, embora pedrado, é do melhor. Em toda a esquina se encontram pormenores interessantes, desde esculturas extremamente belas às quais foram retirados violentamente os braços, cartazes publicitários de uma qualquer festa com uma fotografia de uma família dos anos 70 no fundo (e que tem a ver com a festa? Fica livre para a tua interpretação)....cacifos totalmente redecorados por alguém com um humor aguçado....etc
E perguntamo-nos, que estamos nós a fazer aqui? Não é óbvio? É que a loucura bate à porta de todos. =) E ainda bem.

Ludeiro

1 Comments:

At 11:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Somos diferentes, somos artistas.
Já dizia o prof de estética: 'oh meus amores.. eu sou comunista, faços umas gandas obras de arte e tal e o caralho, meus amigos, convençam-se disto: ser artista não é para todos '.
keep it up.

for relaxing times make it suntory time
charlie

 

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