fevereiro 22, 2004

Em busca da Contínua simpática


Essas criaturas que se auto denominam de auxiliares de educação educativa, são o ser mais…como “dizeremos”…não há palavras para descrever tamanha simpatia!
Não temos nada contra a chinela ortopédica nem conta o casaquinho de malha que completa a toillete de bata cor-de-rosa aos quadradinhos; nem nada contra a meia de descanso (Viva a meia de descanso!) … mas, caras senhoras, o que é que custa entregar o livro de ponto sem finalizar o acto com um insulto do género “ – Se vejo um risco nesse livro, enfio-te a cabeça na retrete”; e qual é o problema de abrir os balneários 5 minutos antes de tocar, ou quiçá 5 minutos depois?
Mas não, abrem 30 minutos depois e ainda vêm a barafustar…

- “Senhora contínua abra a porta S.F.F.”´- pedem os alunos encarecidamente
- “Mas o que é isto? Num falas axim cumigos, oubistes? Não vedes que estou ocupada?” – diz a contínua, enquanto devora um croissant misto, sorve um galão pingado e folheia a revista “Maria”.
- “ Mas já tocou à 10 minutos…vamos chegar atrasados à aula de Educação Física!”
- “ Pshhht, calou, já lá vou”

Mais tarde, somos avisados pelo Director de Turma de que fomos corridos a falta disciplinar colectiva por ameaça de morte a uma pobre e prestável contínua.

Outro local recheado de fenómenos caricatos é o Bar:
Não haja dúvida que está recheado de coisas boas e saudáveis, mas o que salta à vista são os milhares de Donuts, Snickers, Mars, M&Ms, Maltesers, Gaufres de chocolates, bolos de mil folhas, bolas de Berlim, Guardanapos, Tranças, Kinders ( Bueno, Surpresa e Délice), etc…etc…etc…para não falar nos pacotes de batatas fritas de todas as nações, Bollycaos, chupas e pastilhas (já devem ter engordado pelo menos 20 kg. ao ler isto).
É claro que também há sumos de laranja natural, mas a máquina está avariada; e também há fruta, mas está escondida no canto mais ao canto da montra de refrigeração.
Os almoços podem variar entre uma sopinha inócua e insípida, isto quando não tem mosquinhas deliciosas a boiar, e hambúrgueres, pizas e cachorros, pães com ovos gordurosos e pastelaria fresca (este último não passa de um mero título, porque de fresca não tem nada).
A juntar à festa ( a cereja no cume do bolo ) temos quem, quem, quem ???
A contínua!!
Sempre de sorriso aberto, rosto afável e gestos perspicazes…gritando…PROOOOOOOOOOÓXIMO…
Quando lhe pedes uma sopa, um sumo e uma tarte, elas dizem “- O quê filha? Uma piza, uns Maltesers de morango e mais o quê?”
Isto enquanto demoram 30 minutos à procura da tecla nº 1, no novo sistema avançadíssimo de cartões electrónicos.
E depois, quando acertam com o pedido, a sopa acabou, o sumo de pêssego que querias já não há, vai ter de ser de tomate com aipo, e a tarte nem existe.
“- Prontros, dê-me lá uma hambruga, uma sander d’oivo e uma coca-cola"(p’ra rematar em cheio!). A linguagem tem de ser assim, senão, o vosso pedido pode sair furado.
Então e quando percorrem 3 km p’ra te cuspir na cara que deixaste a tigela na mesa e uma cadeira fora do sítio?; com sorte, ainda levamos com outra falta disciplinar, diz o boato, por tentativa de arremesso de uma cadeira à cabeça de uma contínua indefesa.

Outro ambiente…

Não há papel; as sanitas estão atravancadas de esterco; o tecto pinga água das infiltrações do laboratório de Química…
E, p’ra juntar ao regabofe, temos, mais uma vez, a “continha”, de esfregona em riste e um balde em posição catapulta, tendo como alvo, muito provavelmente, as nossas cabeças.
Sempre a bater o pé e a mascar uma chiclete, à espera que saiamos da casa de banho:
“- Vamos a despachar” – grita, histérica, a contínua
“- Mas…mas…mas…” – ouve-se uma voz de dentro do cubículo.
“- Não há mas nem meio mas, p’ra cagar cagas em casa…suas porcas!”

E nem sequer vamos referir que as portas não têm fecho; para encostar a porta, temos de realizar um número arriscadíssimo de contorcionismo para não tocar nas paredes infecto-contagiosas, isso se não quiseres ter o trabalho de trepar à sanita…tudo isto devido ao amplo espaço da casa de banho.

É por estas e por outra que adoramos ir à escola!