fevereiro 03, 2004

Arvorocentrismo II

Ohlé! Viva o betão! Betão rulezz!
Como é bom olhar pela janela e ter um bloco de cimento mesmo à frente do nariz. Já viu que não há Big Brother que se compare ao que vemos mesmo no prédio ao lado?
Pudera, a urbanística portuguesa prima mesmo em construir prédios com um metro de distancia entre uns e outros, morro acima. Mas nada de errado. Quanto mais concentrado estiver tudo, mais facilmente passamos para a casa do vizinho da frente ser ter que usar o elevador.
Árvores? O que è isso? Ouvi dizer que havia disso lá para as Amazónias. Diz que é longe, não?
Eu só conheço a espécie arbusto e erva daninha, e já essas são irritantes!
Quem manda ao Sr. Presidente de Freguesia plantar arbustos em tudo o que é esquina? Ainda se fossem cabines telefonias ou máquinas de jogos! Pelo menos essas não se expandem, ficam no sítio, não reproduzem. O arbusto não, o arbusto cresce para os lados, deixa sementes que são levadas para outros cantos pelo vento, seguidamente nascem mais 500 arbustinhos, mesmo à frente da sua porta, estragam a calçada, as raízes estragam os canos de saneamento básico, and so on!
Porque não insuflam de oxigénio os postes?
Ao menos esses têm utilidade visível…dar luz! O arbusto, a erva daninha, não! São verdes, castanhos e sombrios! No Inverno alguns ainda por cima se dão ao luxo de se despojar das folhas, ainda ficando mais horríveis, com aqueles galhos pontiagudos eriçados, como quem vai agarrar a primeira criancinha que passa! Não se admire se algum dia vir na TVI em rodapé: “ arbusto preso por alegada pedofilia”.

Ana Luelmo